USO E APLICAÇÃO
Nova norma global de luvas para defensivos agrícolas é aprovada
O pesquisador brasileiro Hamilton Ramos, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que atua no Instituto Agronômico (IAC), está entre os cientistas protagonistas da aprovação da norma ISO 18889, oficializada numa reunião recente do Comitê Mundial da ISO – International Organization Standartization, realizada na China. Aplicada nas avaliações sobre a qualidade de luvas protetivas empregadas no manuseio de agroquímicos, a nova norma incorpora em sua base técnica estudos de autoria do Centro de Engenharia e Automação do IAC, da cidade de Jundiaí (SP).
Segundo Ramos, que é o coordenador do Programa IAC de Qualidade de Equipamentos de Proteção Individual na Agricultura (Quepia), a ISO 18889 deverá entrar em vigor no prazo de três a seis meses.
O programa ‘Quepia’ resulta de uma parceria entre o CEA-IAC – órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo – e o setor privado. Criada há 13 anos, a iniciativa tem por objetivo fomentar o desenvolvimento tecnológico da indústria de equipamentos de proteção individual para a agricultura, e também reduzir a exposição do trabalhador rural aos produtos agroquímicos.
A principal contribuição dada pela equipe de Ramos à nova ISO 18889 consistiu na descoberta de um corante com índice zero de toxicidade. Este produto substituirá ao herbicida de nome Prowl, o composto químico medianamente lesivo que vinha sendo utilizado na base técnica das avaliações globais da ISO aplicáveis a equipamentos protetivos, como vestimentas agrícolas utilizadas por trabalhadores aplicadores de agroquímicos.
Por se constituir num produto medianamente nocivo, explica Ramos, o Prowl é alvo de restrições regulatórias que dificultam sua importação, um cenário que, de acordo com o pesquisador, tem atrasado estudos relevantes voltados à proteção do trabalhador rural, em todo o mundo.
O pesquisador do Quepia assinala ainda que a concepção do corante substituto do Prowl teve a participação da cientista americana Anugrah Shaw, da Universidade de Maryland (Estados Unidos). Ele destaca que ambos dedicaram cerca de três anos ao projeto. “As conclusões de nosso estudo também foram confirmadas por mais quatro laboratórios de fora do Brasil. Ocorreu o mesmo quanto a outros aspectos técnicos pesquisados no CEA que também serão incorporados à base da ISO 18889”, adianta Ramos.
Ramos lembra também que o processo de pesquisas em torno da ISO 18889 contou com a efetiva colaboração do Consórcio Internacional sobre Qualidade de Equipamentos Protetivos, um órgão de abrangência mundial do qual o CEA-IAC figura entre os membros coordenadores.
Bureau de Ideias Associadas, Imprensa e Com. Est., 04/04/2019
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