USO E APLICAÇÃO

O nematóide de haste verde pode gerar prejuízos de até 60% na cultura de soja e outras


O nematoide da haste verde, anteriormente conhecido como “Soja Louca 2”, tem gerado perdas significativas na cultura, com prejuízos que podem chegar a 60% em áreas afetadas. Os pesquisadores da Embrapa Soja, Maurício Meyer e Luciane Favoretto destacam a gravidade do problema e estratégias de manejo para enfrentá-lo.

Atualmente, a área infestada pelo nematoide da haste verde é estimada em 6,3 milhões de hectares, abrangendo regiões do norte do Mato Grosso, Pará, Maranhão, Tocantins, Rondônia e Amapá. Condições climáticas quentes e chuvosas são especialmente favoráveis ao desenvolvimento da praga.

“Em alguns casos, a perda é total, levando o produtor a destruir a lavoura e optar por outra cultura”, destacou Maurício Meyer. Essa situação exige atenção redobrada para evitar a disseminação da praga e mitigar seus impactos.

Diferente de outros nematoides que se concentram nas raízes, Aphelenchoides besseyi tem preferência por tecidos tenros da planta, como as inflorescências. Essa característica torna o manejo tanto um desafio quanto uma oportunidade.

“Como ele se localiza em partes mais expostas da planta, o controle químico ou biológico pode ser mais efetivo”, explica Luciane Favoretto.

Os sintomas incluem deformações nas folhas, necrose das inflorescências e retenção da maturação das hastes e vagens, resultando em grãos verdes ou podres.

Esses sinais ajudam os produtores a identificarem a presença do nematoide, mas a confirmação deve ser feita com análises laboratoriais específicas, que exigem coleta da parte aérea da planta, principalmente durante a floração.

Para combater o nematoide, os especialistas enfatizam três pilares principais:

Prevenção da entrada: certificar-se de que sementes, especialmente forrageiras, estejam livres do nematoide, enviando amostras para análise antes do plantio.

Interrupção da alimentação: alternar culturas hospedeiras, como algodão e soja, com gramíneas que não alimentem o nematoide. Isso reduz sua população ao longo do tempo.

Controle ambiental e químico: a antecipação da dessecação e o uso de produtos químicos ou biológicos são fundamentais. Contudo, o posicionamento dessas ferramentas ainda requer mais estudos para garantir eficácia em campo.

Os pesquisadores ressaltam que a disseminação do nematoide pode ocorrer por meio de sementes contaminadas, vento ou palhada. Portanto, ações coletivas entre produtores são cruciais para controlar sua expansão e proteger as áreas livres da praga.

 

Fonte: Revista cultivar, publicado em 09/12/2024

Fonte da imagem: Freepik

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