USO E APLICAÇÃO
Reunião da ISO na Inglaterra discute padrões globais de proteção para mão de obra aplicadora de agroquímicos
Reunião da ISO na Inglaterra discute padrões globais de proteção para mão de obra aplicadora de agroquímicos
Entre os dias 20 e 24 deste mês a cidade de Leeds, na Inglaterra, sediará a reunião anual do comitê da ISO para vestimentas de proteção, setor que abrange roupas especiais usadas em todo o mundo por trabalhadores aplicadores de defensivos. O encontro da International Standartization Organization terá como meta validar estudos realizados nessa área por cientistas de diversos países, bem como avançar rumo à unificação de parâmetros mundiais de qualidade aplicáveis à industrialização de vestimentas protetivas.
Segundo especialistas, a indústria mundial de vestimentas de proteção obteve saltos de qualidade representativos nos últimos anos. O avanço registrado no desenvolvimento de tecidos especiais, bem como nos processos empregados na confecção desses produtos, teria reduzido significativamente o grau de exposição de lavradores aos ingredientes ativos de defensivos.
Entretanto, dizem cientistas, a comprovação da eficácia protetiva de vestimentas agrícolas depende, sobretudo, da disponibilidade de estruturas tecnológicas adequadas à aplicação de testes de padrão internacional de resistência e segurança sobre esses produtos, ante uma extensa quantidade de matérias-primas comercializadas nas diferentes regiões do globo cobertas pelo comitê da ISO, entre outros fatores de influência.
“Buscamos agora desenvolver um líquido-teste que seja aceito em âmbito global como sendo o “líquido-padrão” dos testes de resistência de vestimentas aos ingredientes ativos de defensivos. Essa medida permitirá harmonizar mundialmente os ensaios prescritos pela norma ISO 27065, que é específica para roupas de proteção”, resume Hamilton Ramos, membro brasileiro do comitê mundial da ISO.
Ramos trabalha no desenvolvimento desse composto em cooperação com a cientista Anugrah Shaw, da Universidade de Maryland (EUA), a pesquisadora idealizadora da norma 27065. Ambos apresentarão na Inglaterra o resultado mais recente de seu estudo, que foi totalmente desenvolvido no laboratório do Centro de Engenharia e Automação do IAC, órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, na cidade de Jundiaí.
O pesquisador brasileiro afirma que nos dias de hoje o laboratório de Jundiaí é um dos únicos no mundo apto a realizar todos os testes de segurança prescritos pela norma ISO 27065. “O Brasil tornou-se um dos países mais avançados na implementação de estudos sobre vestimentas de proteção adaptadas a diferentes cenários da exposição de trabalhadores rurais a defensivos”, afirma Ramos.
Ainda em cooperação com a cientista Anugrah Shaw, o pesquisador brasileiro irá à Leeds propor ao comitê mundial da ISO a introdução de uma metodologia inédita, concebida no laboratório do CEA/IAC de Jundiaí, com vistas à criação de uma norma certificadora global de qualidade para luvas de proteção, produtos empregados principalmente nas operações de manuseio e aplicação de defensivos.
O pesquisador científico Hamilton Ramos coordena no Brasil o Programa IAC/QUEPIA de Qualidade de EPI na Agricultura, que completou 10 anos de atividades em 2016. Financiado com recursos privados, o projeto contempla o controle de qualidade de vestimentas de proteção comercializadas no País pela concessão do Selo Quepia, atribuído a fabricantes cujos produtos são aprovados nos testes de segurança do laboratório do CEA de Jundiaí.
Grupo Cultivar, 20/03/2017