SUSTENTABILIDADE

Cresce a utilização de defensivos biológicos no Brasil


Os produtos biológicos para controle de pragas e doenças não podem mais ser considerados uma medida alternativa na lavoura. Hoje, o produtor que adota o controle biológico no campo, tem em mãos, uma grande variedade de tecnologias que atendem cada vez mais às suas necessidades.

Ao olharmos para os últimos 30 anos de agricultura no Brasil, verificamos que em 2020 houve o maior número de registros de biodefensivos no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). No último ano, 96 novos produtos foram aprovados no Brasil, o que representa 22% de todos biodefensivos disponíveis no país.

O maior interesse pelos biodefensivos também ocasionou um aumento no número de empresas que passaram a investir em pesquisa e desenvolvimento nessa área. De fato, o crescimento desse mercado é evidenciado pela maior oferta de ativos biológicos, novas formulações e técnicas de aplicação.

Incrementos na eficácia e tempo de prateleira tem são apenas alguns dos motivos que explicam a maior adoção dos produtos biológicos de controle por parte dos produtores.

Outra características dos biodefensivos é a sua integração com defensivos químicos. No Manejo Integrado de Pragas (MIP) os produtos funcionam não apenas como medida de prevenção e controle de pragas e doenças, mas também como estratégia para prevenir a resistência biológica aos defensivos químicos.

Dessa forma, os biodefensivos são essenciais para aumento de produtividade, conservação de tecnologias e preservação do meio ambiente. Em outras palavras, representam soluções inovadoras na agricultura sustentável.

No mundo, a adoção de biodefensivos pelos agricultores, movimentou em 2020 mais de 5 bilhões de dólares e tem crescido 14,4% ao ano.

Atualmente agricultores da União Europeia e dos Estados Unidos são os que mais empregam produtos biológicos para o controle de pragas e doenças. Na América Latina, o Brasil é líder na adoção de biodefensivos e em 2020, apresentou crescimento superior à média global (30% versus 14,4%).

O marco na adoção dos biodefensivos, no Brasil, ocorreu em 2013, quando bioinseticidas mostraram eficiência no controle da Helicoverpa armigera, uma praga que estava destruindo lavouras brasileiras de soja.

Desde então, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento de produtos biológicos foram intensificados e resultaram em maior inovação tecnológica e lançamentos de novos biodefensivos.

Produtores de hortifrútis (HF) têm adotado os biodefensivos há bastante tempo, o que faz com que o crescimento anual do uso nas lavouras de HF não seja tão expressivo, como o observado nas culturas de soja, cana e milho. No entanto, segundo dados, os biodefensivos já são utilizados em 50% da área plantada com banana e mamão no Brasil.

Com isso, o grande aumento na comercialização de biodefensivos tem sido impulsionado pela maior adoção dessas tecnologias por parte dos produtores de grandes culturas, como soja, milho, cana de açúcar, algodão e café. Além disso, a maior expectativa de crescimento de adoção de biodefensivos para os próximos anos é justamente nessas culturas.

Nos dois últimos anos houve um processo grande de consolidação do mercado brasileiro, passando pelo interesse de grandes players para soluções biológicas, industriais e plataformas de distribuição.

Hoje o portfólio de biodefensivos conta com 433 produtos autorizados para uso no Brasil.

Fonte: CropLife Brasil, 08/07/21

Fonte da Imagem: Imagem de feraugustodesign por Pixabay.

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