Cigarrinha-do-Milho infectada com patógenos é monitorada em Santa Catarina

O terceiro boletim de monitoramento da cigarrinha-do-milho revelou a presença de patógenos preocupantes em insetos capturados no Estado. A análise identificou a presença do fitoplasma do enfezamento vermelho, além dos vírus do raiado fino e do mosaico estriado. Embora a média de captura seja de quatro cigarrinhas por armadilha, considerada baixa, a presença do fitoplasma é motivo de alerta para os especialistas.

A pesquisadora Maria Cristina Canale Rappussi da Silva, da Epagri, responsável pelo monitoramento, destaca que houve um aumento na infectividade das cigarrinhas com o fitoplasma entre a segunda e a terceira semana do monitoramento. O fitoplasma do enfezamento vermelho foi detectado em cigarrinhas capturadas em diversas regiões, incluindo Guaraciaba, no Extremo Oeste; Faxinal dos Guedes e Água Doce, no Oeste; e Canoinhas, no Planalto Norte.

Apesar da baixa captura, a especialista ressalta a importância de não relaxar nas medidas de controle. “Mesmo que o número de cigarrinhas no Estado não esteja alto, não devemos baixar a guarda ou achar que o problema está resolvido”, adverte Maria Cristina. O monitoramento visa acompanhar a população de cigarrinhas-do-milho nas lavouras de milho e avaliar a presença de patógenos associados ao complexo enfezamento, que inclui o fitoplasma, os espiroplasmas e os vírus mencionados.

Criado no início de 2021, o programa Monitora Milho SC é uma iniciativa do Comitê de Ação contra Cigarrinha-do-Milho e Patógenos Associados, composto por Epagri, Udesc, Cidasc, Ocesc, Fetaesc, Faesc, CropLife Brasil e Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária. O monitoramento começou na semana de 5 a 9 de agosto e continuará ao longo da safra e da safrinha, com um total de 40 boletins semanais programados. Neste ano, são 61 lavouras monitoradas em todas as regiões produtoras do Estado.

A presença dos patógenos em baixa quantidade não deve ser subestimada, pois as doenças causadas por cigarrinhas infectadas podem comprometer significativamente a produção de milho. O acompanhamento contínuo e a vigilância são essenciais para garantir a saúde das lavouras e a qualidade da produção agrícola em Santa Catarina.

Fonte: Rádio Rural, publicado em 28/08/2024

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