MERCADO
Tarifas sobre importações de 2,4-D são criticadas por produtores estadunidenses
A Associação Nacional dos Produtores de Milho (NCGA) e a Associação Americana de Soja (ASA) manifestaram frustração com a recomendação recente do Departamento de Comércio dos Estados Unidos para impor tarifas preliminares sobre as importações do herbicida 2,4-D. Produtores agrícolas afirmam que a demanda pelo produto excede a oferta doméstica, o que torna as importações essenciais.
O presidente da NCGA, Harold Wolle, ressaltou a importância do herbicida para os produtores de milho. Ele afirmou que, com apenas um fornecedor doméstico de 2,4-D, os agricultores dos EUA dependem de fontes estrangeiras para suprir suas necessidades. Wolle destacou a necessidade de soluções que garantam a disponibilidade e a acessibilidade do produto.
Josh Gackle, presidente da ASA e produtor de soja, também criticou a decisão. Ele afirmou que os produtores de soja dependem do 2,4-D importado em conjunto com outros herbicidas para manejar plantas daninhas de forma eficiente antes do plantio. Gackle alertou que o aumento nos custos pode agravar a situação econômica dos produtores, que já enfrentam dificuldades.
As tarifas propostas podem afetar significativamente a disponibilidade do herbicida em áreas rurais dos Estados Unidos. Wolle chamou atenção para o momento crítico em que essa medida está sendo tomada, destacando que o preço do milho caiu mais de 40% nos últimos dois anos e que o custo médio de produção superou o preço de venda em 2023. Ele prevê um cenário ainda mais desafiador para 2024, independentemente da nova investigação comercial.
Gackle afirmou que esse é apenas o início de um processo longo. Ele reforçou que a ASA continuará lutando contra as tarifas e trabalhando em uma solução que proteja os agricultores de soja dos EUA, à medida que as investigações sobre antidumping e contramedidas avançam.
A decisão do Departamento de Comércio segue o voto da Comissão de Comércio Internacional (ITC), que decidiu prosseguir com a investigação no início deste ano. A expectativa é que as tarifas finais sejam anunciadas no próximo ano, enquanto a decisão final da ITC sobre o caso deve ocorrer em 2025.
Fonte: Revista Cultivar, publicado em 13/09/2024
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