NOVAS TECNOLOGIAS
Estudo sobre a evolução do tomate pode reduzir a utilização de defensivos
Embora os agroquímicos sejam uma parte padrão da produção agrícola, os pesquisadores da Universidade Estadual de Michigan (MSU), nos Estados Unidos, acreditam que o uso de defensivos pode ser reduzido por meio de sinais de plantas silvestres. Uma equipe científica da MSU identificou recentemente um papel evolutivo em plantas de tomateiro silvestre que os criadores de plantas modernas poderiam usar para criar tomates resistentes a pragas.
O estudo traçou a evolução de um gene específico que produz um composto pegajoso sobre as pontas dos tricomas ou cabelos na planta Solanum pennellii encontrados no deserto de Atacama, no Peru, um dos ambientes mais difícil da terra. Estes pelos pegajosos atuam como repelentes naturais de insetos para proteger a planta, o que ajuda a garantir que eles sobrevivam para se reproduzir.
“Nós identificamos um gene que existe nesta planta selvagem, mas não em tomates cultivados”, disse Rob Last, professor de bioquímica de plantas da MSU Barnett Rosenberg. “A enzima invertase-like cria compostos inseticidas que não são encontrados no tomate da variedade jardim. Esse traço defensivo poderia ser inserido em plantas modernas”, completa.
Ele também explicou que os tomates modernos cultivados produzem menos compostos encontrados em plantas silvestres porque, sem perceber sua função adaptativa, os criadores eliminam características indesejáveis, como a viscosidade. Bryan Leong, um estudante de biologia vegetal e coautor, está interessado em saber como as plantas selvagens evoluíram para serem resistentes a insetos.
“Queremos que nossos tomates atuais se adaptem ao estresse como este tomate silvestre, mas só podemos fazê-lo entendendo as características que os tornam resistentes. Estamos usando a evolução para nos ensinar como ser melhores criadores de plantas e biólogos”, conclui.
Agrolink – Leonardo Gottems, 26/04/2019
Fonte Imagem: Reprodução