ANÁLISES GCP
Alterações no frete rodoviário tem impacto baixo para o mercado de defensivos

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) implementou, em julho/25, uma atualização na tabela de piso mínimo de frete para o transporte rodoviário de cargas no Brasil. Os novos valores foram reajustados com base no IPCA e nas variações no preço do óleo diesel, conforme estabelecido pela Política Nacional de Pisos Mínimos de Frete (PNPMF). Essa medida visa garantir remuneração justa aos transportadores autônomos e empresas de transporte, cobrindo custos operacionais como combustível, manutenção, pneus e salários, além de reduzir práticas de fretes abaixo do custo real. Vale ressaltar ainda que as mudanças nos pisos mínimos variam conforme o tipo de carga, eixo veicular e distância percorrida.
Além disso, a ANTT avançou na fiscalização eletrônica do cumprimento do piso mínimo. A partir de 6 de outubro de 2025, o sistema de validação integrada ao Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDF-e) passou a cruzar dados automaticamente com as emissões de Conhecimentos de Transporte Eletrônicos (CT-e). Isso permite identificar irregularidades em tempo real, sem necessidade de abordagens físicas.
Entre as principais atualizações na fiscalização estão: validações automáticas no MDF-e, com verificação cruzada de valores de frete declarados versus pisos mínimos da ANTT; intensificação em estradas e terminais, com apoio de equipes fiscais para autuações presenciais em casos confirmados; e multas elevadas, de R$ 700 a R$ 5.000 por infração, dependendo da gravidade e reincidência, aplicadas a transportadores, embarcadores ou contratantes que descumprirem as regras.
A iniciativa reforça a obrigatoriedade da PNPMF, instituída pela Lei nº 13.703/2018, e busca maior adesão em um setor ainda marcado por entraves práticos. A ANTT enfatiza que o objetivo é equilibrar o mercado, promovendo condições sustentáveis para todos os envolvidos.
Para o mercado de defensivos, ao analisar o contexto específico desse segmento, observa-se que o impacto dessas mudanças é baixo. Isso se deve, principalmente, ao fato de que os custos relacionados à nacionalização dos defensivos já representam a maior parte das despesas envolvidas em sua comercialização. Dentro desse cenário, o custo do frete rodoviário, mesmo após as mudanças na regulação e fiscalização, corresponde a uma parcela reduzida do preço final do produto, variando entre 0,1% e 2% do valor total dos ativos.
Dessa forma, embora a fiscalização mais rigorosa possa gerar algum aumento pontual nos custos logísticos, a influência sobre o preço final dos defensivos é limitada. Além disso, a cadeia produtiva tende a absorver essas variações, mantendo a competitividade e a oferta dos produtos no mercado.
Fonte: Equipe Global Crop Protection
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