ANÁLISES GCP

Resultados financeiros dos principais fornecedores de defensivos apresentam queda em 2024


Em 2024, para o mercado de defensivos, a alta competitividade entre as empresas, a descapitalização dos produtores rurais e fatores cambiais, impactaram nas precificações dos defensivos e em consequência nos resultados financeiros de muitos fornecedores em diversos países.

Nos EUA, a Corteva, por exemplo, registrou uma receita de US$ 7,36 bilhões no setor de proteção de cultivos, representando uma queda de 5% em relação ao ano anterior. Para a FMC Corporation, outra empresa estadunidense, a receita registrada foi de US$ 4,25 bilhões, uma queda de 5,3% em comparação a 2023. Resultados atribuídos principalmente à retração de preços e impacto cambial.

Já olhando para as empresas europeias, a Bayer, na divisão de Crop Science, também apresentou retração, com receita de 22,259 bilhões de euros (aprox. US$ 24,04 bilhões) em 2024, uma diminuição de 4,3% frente ao ano anterior. Essa queda foi atribuída ao alto nível de estoques, à pressão sobre os preços e ao aumento da concorrência com produtos genéricos. Além disso, a inflação continuou pressionando os custos, impactando diretamente a rentabilidade das empresas do segmento. Seguindo a mesma tendência, a BASF teve uma redução de 2,9% em seu segmento de Agricultural Solutions, totalizando 9,798 bilhões de euros (aprox. US$ 10,58 bilhões).

Migrando a visão para empresas chinesas, a Syngenta apresentou uma receita de US$ 13,26 bilhões em sua divisão de proteção de cultivos, o que representa uma redução de cerca de 14% em comparação a 2023, quando arrecadou US$ 15,3 bilhões. Já a Adama, que faz parte do Syngenta Group, reportou uma queda de 11,1% em sua receita anual, fechando o ano com US$ 4,14 bilhões, reflexo da estabilidade nos volumes de venda e da redução nos preços praticados.

Por fim, na Índia, a UPL apresentou o resultado referente ao 3º trimestre do seu ano fiscal de 2024/2025 – correspondente ao período de outubro a dezembro de 2024 – com uma receita 109,7 bilhões de rúpias (aprox. US$ 1,316 bilhão) no trimestre, um aumento de 11% em relação ao mesmo período do ano anterior. Considerando o ano de 2024 (janeiro a dezembro) a receita da UPL foi de 452 bilhões de rúpias (US$ 5,424 bilhões), representando uma queda de 0,9% em relação ao resultado de 2023.

Quanto ao EBITDA, indicador que reflete o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, o cenário dos fornecedores é semelhante. A Corteva, no setor de proteção de cultivos, reportou EBITDA de US$ 1,27 bilhões em 2024, redução de 7,4% em relação a 2023. Para a FMC, o EBITDA foi de US$ 903 milhões, o que representa uma queda de 7,9% em relação ao ano anterior. Bayer e BASF sofreram uma retração ainda mais significativa no indicador, com uma queda de 20,2% e de 23,8%, respectivamente.

O Syngenta Group, por sua vez, registrou um EBITDA de US$ 3,9 bilhões, representando uma queda de 15,2% em comparação ao ano anterior.

Já o EBITDA UPL surpreendeu positivamente no resultado do ano de 2024 (janeiro a dezembro), totalizando 68,17 bilhões de rúpias (aprox. US$ 818 milhões), apresentando aumento de 3% em relação ao ano anterior. Esse resultado positivo, único dentre as demais fornecedoras, se deve à fatores como um mix de produtos mais favorável, normalização dos descontos e redução nos custos de produção.

Para 2025, de modo geral, os fornecedores buscam a estabilização dos resultados. Isso pode refletir em estratégias como reduzir as importações para evitar a formação de estoques no Brasil e foco na venda de produtos mais exclusivos, tais como misturas, a fim de adquirir maior valor agregado.

 

Fonte: Equipe Global Crop Protection

Fonte da imagem: Freepik

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