MERCADO
Aumento da procura por defensivos biológicos impulsiona Novozymes
A dinamarquesa Novozymes, líder global em soluções biológicas, prevê que a divisão agrícola feche 2021 com faturamento 86% maior no Brasil. O mercado como um todo deve crescer 29%. No primeiro semestre, a receita com vendas de inoculantes e biodefensivos da Novozymes subiu 64%. “A expectativa considera os pedidos já contratados para aplicação na safra 21/22 que serão entregues e faturados no segundo semestre”, explica Maximiliano D’Alessio, diretor de operações na América Latina. Em 2020, a receita global foi de cerca de US$ 450 milhões – 30% no Brasil. Este ano, a meta é chegar aos 50%. O preço remunerador da soja, que perfaz 80% a 85% das vendas, é o principal fator de impulso, além da maior demanda por insumos sustentáveis. Com o avanço, a empresa espera alcançar no fim do ano participação de mercado de 12%, ante os atuais 10%.
O melhor desempenho da Novozymes no País também deve vir de uma atuação mais forte no Centro-Oeste, com maior presença nas revendas de insumos agrícolas. Na região, estima que detém 12% de mercado e prevê encerrar a safra com 13%. Hoje, a empresa trabalha com 800 redes de distribuidores e projeta alcançar 1 mil até o fim do ano. A mais recente parceria foi fechada com a Fiagril, que atua em Mato Grosso, Tocantins e Amapá.
D’Alessio conta que o aporte da Novozymes na safra 2021/22 foi para a criação de uma tecnologia que torna os seus biológicos compatíveis com o uso de químicos. A companhia investe 10% de sua receita anual em pesquisa e desenvolvimento no País. Um quarto das vendas deve vir de quatro novos produtos inseridos no portfólio este ano. Para as próximas safras, o foco está também em parcerias com fabricantes de insumos químicos para comercialização de sua biotecnologia. Há negociações em andamento com FMC, Syngenta e UPL, revela o executivo.
Também no segmento de defensivos biológicos, a AgBiTech, presente há cinco anos no Brasil, está colocando suas fichas no comércio online para impulsionar os negócios. A empresa de origem australiana que hoje tem sede nos Estados Unidos acaba de entrar no marketplace Agrofy, um dos maiores do setor no País, e espera transacionar US$ 1,6 bilhão por este canal em cinco anos.
Com forte atuação em biolagarticidas para controle da lagarta-do-cartucho, que ataca lavouras de milho, e liderança no segmento para as culturas de milho e soja, a AgBiTech prevê a partir de 2022 ampliar sua base de clientes em 20%, diz Murilo Moreira, diretor de marketing. Em três safras, a empresa contabiliza 3,5 milhões de hectares tratados no Brasil com seus produtos não químicos.
De imediato, o executivo celebra o crescimento de 113% do mercado de biolagarticidas para milho na safra 2020/21, com US$ 2,9 milhões movimentados, enquanto o de inseticidas como um todo para lagartas do milho encolheu 20%, para US$ 127,5 milhões. A área de milho tratada com biolagarticidas aumentou 495%, para 415,5 mil hectares, segundo dados levantados pela Spark Inteligência Estratégica, que apontaram a participação de 31% da AgBiTech no segmento.
Fonte: Terra, 30/09/2021
Fonte da Imagem: Imagem de PublicDomainPictures por Pixabay