MERCADO

Controle biológico cresce e ganha força


De acordo com o pesquisador do Instituto Biológico, José Eduardo Marcondes de Almeida, o último levantamento do mercado de biodefensivos aponta crescimento de mais de 70% em 2018 no Brasil, movimentando R$ 464,5 milhões ante R$ 262,4 milhões em 2017. Este resultado é considerado o mais expressivo da história do setor e supera o percentual alcançado pelo mercado internacional.

Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCBio- CropLife), o uso de biodefensivos agrícolas como estratégia de controle biológico de pragas e doenças tem potencial de crescimento anual de 20%.

Localizada na Fazenda Mato Dentro, em Campinas, a Unidade Laboratorial de Referência em Controle Biológico do Instituto Biológico (IB) do Estado de São Paulo completou 50 anos, em plena expansão. É que o sistema — que usa tecnologia sustentável que permite a utilização de inimigos naturais para controlar pragas agrícolas — vem experimentando crescimento vertiginoso nos últimos anos.

O Instituto Biológico é referência no Brasil e no Exterior em pesquisas científicas com controle biológico e atende, por meio do Probio, mais de 80 biofábricas de bioinsumos. “Atuamos na transferência de tecnologia e conhecimento às empresas de controle biológico de todo o País”, diz o pesquisador José Eduardo Marcondes de Almeida. “O Probio reúne as tecnologias e serviços prestados no Instituto, principalmente para as culturas da cana-de-açúcar, soja, banana, seringueira, flores, morango, feijão e hortaliças”, acrescenta ele.

Segundo Almeida, no ano passado, o IB assinou 23 contratos para transferência de tecnologia e conhecimento em controle biológico com empresas localizadas em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Paraná.

Por meio da seleção de fungo feita pelo Instituto, hoje é possível, por exemplo, controlar a cigarrinha-da-raiz, uma importante praga da cultura da cana-de-açúcar, com o uso de biodefensivos. Cerca de 1,5 milhão de hectares de cana-de-açúcar no Brasil já utilizam essa tecnologia do IB, gerando economia estimada em R$ 21 milhões por ano. O Instituto também isolou um fungo chamado de “Beauveria bassiana” para o controle de mosca branca na soja, usado hoje em três milhões de hectares plantados com a cultura em todo o Brasil. O volume de negócio com a utilização deste fungo chega a R$ 30 milhões por ano.

Fonte: Correio, 23/07/2020

Fonte da imagem: Imagem de Myriam Zilles por Pixabay

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