MERCADO
Preços de insumos agrícolas superam o dobro em 2021 e elevam custos para 2022
A escalada de preços dos insumos foi a principal responsável pelo aumento dos custos de produção da agropecuária em 2021, após o valor de alguns fertilizantes e defensivos acumular altas que superam 100% no ano até setembro, indicando também despesas mais altas para 2022, disse nesta quinta-feira a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Entre os agroquímicos, o glifosato lidera com avanço de 126,8%, informou a CNA com base em resultados do projeto Campo Futuro. A alta foi influenciada principalmente pela interrupção da operação de indústrias fabricantes do insumo na China e problemas com o fornecimento de matéria-prima.
“Segundo relato dos produtores, houve falta do produto em algumas regiões, trazendo preocupações que vão além da elevação do custo.”
O principal indicador analisado no projeto Campo Futuro foi o Custo Operacional Efetivo (COE), que inclui itens como insumos (fertilizantes, sementes e defensivos agrícolas), operações mecânicas, comercialização agrícola, entre outros.
Na cafeicultura, por exemplo, o Custo Operacional Efetivo do tipo arábica teve aumento de 15% em relação ao levantamento realizado em 2020. Já o COE do conilon subiu 31,3%.
Em contrapartida, houve aumento de receita (preço de comercialização do produto no período versus produção) de 54% do café arábica e 35,4% do café conilon. Segundo a CNA, a valorização das cotações do grão foi resultado da menor oferta mundial e problemas logísticos para escoamento da safra em países produtores, como o Brasil.
Para 2022, a expectativa da confederação é de aumento ainda mais significativo nos custos com insumos agrícolas, podendo impactar negativamente na margem dos cafeicultores.
O projeto Campo Futuro é uma iniciativa do Sistema CNA/Senar, em parceria com o Cepea/Esalq, a Labor Rural da Universidade Federal de Viçosa, o Pecege da Esalq/USP e o Centro de Inteligência de Mercados da Universidade Federal de Lavras.