NOVAS TECNOLOGIAS

Biotecnologia quer melhorar controle de lagartas no algodão


A multinacional alemã Bayer lançou a nova biotecnologia para o algodão no Brasil. Chamada de Bollgard® 3 RRFlex, ela estará disponível já na safra 2021/22. O lançamento previsto para o final do ano passado foi adiado após produtores questionarem judicialmente a patente da tecnologia anterior, a Bollgard II.

A geração III da biotecnologia de sementes visa maior proteção contra as principais lagartas que atacam o algodoeiro e mais flexibilidade ao manejo de plantas daninhas. A biotecnologia contém Bacillus thuringiensis (Bt), uma bactéria encontrada naturalmente no solo e que, por sua ação inseticida, é utilizada pela agricultura orgânica há décadas.

A companhia realizou estudos em 128 locais de pesquisa e mais de 17 mil ensaios de germoplasma. Durante os últimos cinco anos os trabalhos foram realizados de forma colaborativa com a cadeia cotonicultora, contando com o apoio de uma rede de pesquisadores e produtores.

O lançamento traz ampla proteção contra os danos causados pelas principais lagartas que atacam a cultura, com as proteínas Cry1Ac e Cry2Ab2 contra falsa medideira, curuquerê, lagarta rosada e lagarta da maçã, além de adicionar a proteção Vip3A contra espécies de lagartas dos complexos Spodoptera spp e Helicoverpa spp. No que tange o controle de plantas daninhas, o produtor continuará a ter a flexibilidade para usar o herbicida glifosato em seu manejo.

“Alcançamos resultados bastante positivos em produtividade, sanidade e qualidade de fibra, com muito investimento em pesquisa científica e testes de campo. Na comparação com os principais checks (variedades similares existentes no mercado), registramos um potencial aumento de produtividade de aproximadamente 6 arrobas de pluma/ha e potencial redução de US$ 328,00/ha no custo médio com inseticidas em relação a materiais não Bt”, explica o líder do Negócio de Algodão para a América Latina, Rafael Mendes.

A biotecnologia será disponibilizada pelos parceiros licenciados da marca em novas cultivares, como a Deltapine, Embrapa, o Instituto Mato-Grossense de Algodão (IMA) e a Tropical Melhoramento & Genética (TMG). A Bayer trabalha com uma perspectiva de área plantada total com algodão no Brasil de 1,6 milhão de hectares.

A empresa orienta que o plantio e a manutenção de áreas de refúgio continuarão sendo essenciais para preservar os benefícios de tecnologias Bt, por dificultar a seleção de insetos resistentes. “Ao reservar 20% da lavoura para o plantio de sementes não Bt a uma distância máxima de 800 metros da área com a tecnologia, é possível reduzir significativamente a proliferação de insetos resistentes, o que contribui para a sustentabilidade do cultivo e eficácia da tecnologia”, finaliza Mendes. 

Fonte: Agrolink, 13/08/2021

Fonte da Imagem: Imagem de Bishnu Sarangi por Pixabay

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