SUSTENTABILIDADE
Vespa é usada no controle de lagarta-do cartucho
Produtores de Abaeté, região Central de Minas Gerais, estão experimentando o controle biológico para combater a principal praga das lavouras de milho e sorgo. Há dois anos eles usam uma pequena vespa para atacar a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda).
O trabalho é uma parceria entre Emater-MG, Embrapa, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Sicoob Credioeste. No município a base da economia é a pecuária leiteira e as lavouras de milho e sorgo são fundamentais para produzir alimento para o gado, como a silagem. A ideia é que os produtores conheça o controle biológico. A técnica permite eliminar a praga sem aplicar defensivos, reduzindo os custos de produção e mantendo a produtividade.
Como funciona
Primeiro e preciso fazer o monitoramento, com instalação de armadilhas com feromônio sintético na área plantada. A partir do momento que se encontram três mariposas na armadilha, é sinal que a praga está na área. Então já é preciso entrar com o controle biológico.
O método consiste em povoar a lavoura com a vespinha Trichogramma. As vespinhas parasitam os ovos da mariposa da lagarta do cartucho antes delas nascerem. “Por isso é fundamental saber o momento certo de fazer o controle”, explica o técnico da Emater-MG, Fernando César Couto.
A soltura da vespinha é feita espalhando os ovos do inseto pela área plantada. Eles são produzidos em biofábricas. O produtor recebe uma cartela de material biodegradável, com centenas de ovos. Os pedaços da cartela são distribuídos pelo solo, de acordo com a recomendação dos técnicos. Ao nascerem, as vespinhas procuram pelos ovos da lagarta do cartucho.
Exemplo
Uma unidade demonstrativa deste método foi implantada na fazenda São Simão de Baixo, no mesmo município, para que outros produtores da região pudessem conhecer o sistema.
Em uma área de 2,7 hectares, na safra 2019/2020, foi plantado sorgo para silagem consorciado com capim. Todo o processo foi seguido, com instalação de armadilhas, monitoramento e soltura das vespinhas no momento certo.
No final do processo, os técnicos observaram que os estragos feitos pela praga atingiram menos de 10% das plantas. Agora, na safra 2020/2021, a produtora plantou milho na mesma área. E desta vez, não precisou nem soltar mais vespinhas, pois o local já está povoado de inimigos naturais da lagarta do cartucho.
Além da lagarta do cartucho, o controle biológico também está ajudando a combater o pulgão, outra praga das lavouras.
Fonte: Agrolink, 10/02/2021
Fonte da imagem: Imagem de Fer Galindo por Pixabay