USO E APLICAÇÃO
Agricultores do Oeste reduzem prejuízos com a helicoverpa
Agricultores do Oeste reduzem prejuízos com a helicoverpa
Os agricultores do oeste baiano vem apostando no manejo integrado de pragas (MIP) contra a lagarta helicoverpa armigera. O método representou uma redução de 50% nos prejuízos com a praga em relação a safra anterior, quando houve perda de R$ 2 bilhões na região.
O MIP consiste numa combinação de estratégias, como o monitoramento das pragas na lavoura, práticas agrícolas que desfavoreçam o surgimento delas, biocontrole e uso de produtos químicos, de forma a impedir que as pragas se adaptem a um método específico, amenizando também o impacto ambiental e os custos com defensivos.
O relato das experiências de três grandes produtores de Luís Eduardo Magalhães fez parte do encerramento da Caravana Embrapa de Alerta às Ameaças Fitossanitárias que, após percorrer mais de 50 cidades de 18 estados desde dezembro de 2013, encerrou-se na Bahia em 29 de março.
Economia nos custos
O produtor de algodão, soja e milho, Rony Reimann, conta que teve bons resultados usando o vírus HzNPV para lidar com a helicoverpa, o que gerou uma economia de 50% nos custos com defensivos em relação a safra anterior.
“De um ano para o outro, reduzimos pela metade o número de aplicações. Foi uma aposta arriscada, tivemos que ter paciência no início, demorou a funcionar, mas deu certo”, diz o produtor. “A gente não tinha o costume de fazer o manejo e esse foi um aprendizado valioso para preservar o meio ambiente e o bolso”.
A soja ocupa dois terços da área plantada de Reimann. Como as despesas com o uso de defensivos dobrou, na safra passada, ele afirma que quase não obteve lucro com o grão. “No meio do ciclo da soja, já não tínhamos mais defensivos”, lembra Rony.
Dono de uma lavoura de soja convencional e de milho, o produtor Luiz Antonio Pradella relatou uma economia de custos com aplicações de 21%. Além de ter diversificado os princípios ativos, ele também apostou no vírus HzNPV e em inseticidas Bt.
Produtor de grãos e presidente da Fundação Bahia, entidade voltada à pesquisa agrícola, Ademar Marçal elogiou o novo conceito de fazer agricultura adotado.
“A planilha de custos estava ficando muito complicada e precisávamos mexer nela. Nossos principais custos são com defensivos”, ressaltou o produtor, um dos pioneiros em algodão na região.
A Tarde, 14/04/2014