USO E APLICAÇÃO
Chegada das chuvas favorece pastagem, mas exige cuidados
Com a chegada do período das chuvas na maior parte do Brasil, as pastagens são favorecidas, elevando a capacidade de suporte de animais. Por outro lado, as precipitações também beneficiam um maior desenvolvimento de plantas invasoras, que competem com as forrageiras por luz e nutrientes, reduzindo a produtividade dos sistemas pecuários de produção a pasto.
Assim, para manter os índices produtivos, é indicado que os pecuaristas, com o apoio de profissionais especializados, planejem um protocolo de manejo de pastagem, sendo o controle de plantas daninhas uma das etapas a ser executada. O uso de defensivos agrícolas é o método mais difundido no País, sendo que o seu uso racional tem alta eficiência.
Segundo levantamentos de preços de insumos realizados por meio do Projeto Campo Futuro, parceria entre o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, e a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária), na média Brasil, a maior parte dos defensivos agrícolas tiveram quedas reais entre outubro de 2013 e 2018, ou seja, ficaram abaixo da inflação para o mesmo período (IGP-DI).
Entre os cenários do Campo Futuro são observados basicamente dois formatos de controle de plantas daninhas: catação, tradicionalmente feito a pé com bomba costal; e a aplicação em área total, de forma tratorizada. No primeiro caso, além dos custos com a aplicação de herbicida, há, também, os gastos com a mão de obra. Já no segundo, contabilizam-se a mão de obra, os gastos com hora-máquina, combustível e hora-implemento.
Para comparar esses dois métodos, assumiu-se um cenário com a aplicação de dois litros de herbicida 2,4-D + Picloram em área total, e o controle localizado de daninhas em três níveis de infestação, equivalente ao gasto de, respectivamente, uma, duas ou três bombas costais contendo, nesta ordem, um total de 200 ml, 400 ml e 600 ml de produto por hectare, e meia diária por hectare a cada bomba costal utilizada.
Para a aplicação em área total, calculou-se um gasto total de R$ 79,60/hectare, (assumindo-se um rendimento de 5 hectares por hora), contra R$ 31,89, R$ 63,77 e R$ 95,66/hectare, respectivamente, para os cenários com controle localizado (assumindo-se que uma diária de 8 horas custe R$ 50,00). Em termos de arrobas, tais atividades seriam justificadas pela queda de produtividade de 0,53 arroba/hectare, no caso do controle em área total, contra 0,21, 0,43 e 0,64 arroba/hectare, no caso do controle localizado (aqui foi considerada uma arroba de R$ 149,04, média de outubro do Indicador do Boi Gordo Esalq/BM&FBovespa).
Desta forma, a decisão de controlar plantas daninhas em área total ou de forma localizada deve ser tomada pelo produtor com base no nível de infestação da área, uma vez que um maior gasto de produtos por área pode ser compensado pelo aumento na eficiência do uso da mão de obra.
Portal DBO, 14/12/2018
Fonte Imagem: Reprodução