USO E APLICAÇÃO

Empresas investem no aumento do tempo de prateleira para defensivos biológicos


O registro de produtos de base biológica disparou na última década no Brasil. Em 2011 eram apenas 16 formulações naturais e em 2021 foram autorizados 92 produtos. O recorde foi registrado em 2020, com 95 registros, de acordo com dados do Ministério da Agricultura. No ano passado os destaques foram, principalmente, produtos à base de agentes biológicos ou microbiológicos e extratos vegetais para o controle de pragas e doenças na agricultura.

“Hoje, temos mais de 200 produtos fitossanitários com uso aprovado para a agricultura orgânica registrados à disposição do produtor e esse número deve aumentar ainda no primeiro trimestre de 2022, considerando as várias solicitações em análise atualmente”, destaca a chefe da Divisão de Registro de Produtos Formulados, Tatiane Nascimento.

A projeção de faturamento do segmento de biológicos aponta para R$ 3,7 bilhões até 2030 no Brasil. Um dos fatores que ainda limita o uso pelos produtores é o tempo de prateleira. Como se tratam de organismos vivos, os cuidados são diferenciados. Mas a indústria vem trabalhando com força neste aspecto com investimentos em pesquisa e formulação.

No caso da brasileira de biológicos Biotrop, já são oferecidos produtos com tempo de prateleira de 36 meses, sem a necessidade de refrigeração. Isso é possível graças a estabilidade da formulação dos produtos. “O prazo estendido favorece a grande adesão do uso dos biológicos, pois esta é uma variável que influencia no planejamento de compra dos insumos.”, diz o biólogo e doutor em genética e biologia molecular, Douglas Fabiano Gomes, gerente de inovação da empresa.

No geral, além de cuidados com o período de validade dos produtos, as empresas, os distribuidores e consumidores finais de bioinsumos precisam estar atentos às condições de transporte e armazenamento. A falta de conscientização em relação às boas práticas de manuseio e utilização dos biológicos pode prejudicar as condições para plena eficiência dos microrganismos. Há uma grande parcela dessas soluções que precisam ser armazenados e mantidas a baixas temperaturas, fator que encarece essas etapas, algo também estudado.

Sem a necessidade de armazenamento em baixas temperaturas, os biológicos tornam-se ainda mais acessíveis para pequenos produtores, ou de regiões mais distantes no Brasil. Já que o país é transcontinental e há regiões nas quais as temperaturas médias são mais altas, a tecnologia permite que o produto biológico chegue a todos os lugares com as mesmas características e qualidade preservadas.

 

Fonte: AgroLink, 12/01/2021

Fonte da Imagem: pvproductions – br.freepik.com

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