USO E APLICAÇÃO

Pragas como percevejos e mosca-branca podem causar perdas de até 50% na soja


Os percevejos, caracterizados percevejo-marrom e percevejo-barriga-verde, e a mosca-branca são apontados pelos pesquisadores como pragas principais da soja atualmente e podem trazer prejuízos de mais de 50% na produção.

De acordo com o entomologista, Clerison Perini, os percevejos podem ocasionar perdas desde a formação dos legumes até a colheita da soja, sendo esse período crítico para o monitoramento e controle dessas populações. “Mesmo com os grãos secos e em ponto de colheita, os danos podem ser altos pois uma única punctura no grão serve de porta de entrada de umidade para inviabilização da semente. Foi o que ocorreu nessa última safra, devido às chuvas frequentes e a impossibilidade de colheita”, enfatiza Clerison, pesquisador da Proteplan.

Apesar de muitos insetos iniciarem os danos na soja já no início do desenvolvimento da cultura, o entomologista também chama à atenção para as pragas que incidem a partir do período reprodutivo. Segundo ele, além dos percevejos, a mosca-branca ocasiona danos diretos, devido a alimentação por sucção da seiva da planta, e danos indiretos, pela formação de fumagina na folha que reduz a taxa fotossintética, ou pela transmissão de viroses. “Esse último dano, muitas vezes é silencioso e o produtor não percebe nas plantas de soja devido a característica de algumas cultivares de não expressarem o sintoma de virose”, explica.

Para auxiliar o produtor no combate dessas pragas, Clerison explica que uma das bases do Manejo Integrado de Pragas (MIP) é conhecer os Níveis de Dano Econômico (NDE) de insetos e de ácaros fitófagos, a fim de prever qual a densidade máxima de pragas que o produtor pode suportar na lavoura. “Com relação aos percevejos e algumas lagartas já está bem estudado. Entretanto, para a mosca-branca, ainda não há um consenso sobre o potencial de perda de produtividade na soja. Assim, foram iniciadas algumas pesquisas sobre o NDE de mosca-branca e uma avaliação de níveis de infestação em diferentes cultivares de soja, buscando ter um número médio de ninfas de mosca-branca por folíolo que o produtor pode tolerar sem ter prejuízo”.

O produtor precisa estar atento com as lagartas que cortam as plantas e/ou danificam o trifólio apical e broqueiam o caule, com os coleópteros desfolhadores que cortam as folhas e partes da planta e também com os curculionídeos que consomem folhas e pecíolos.

Para o engenheiro agrônomo e consultor, Guilherme Ohl, além das biotecnologias e dos inseticidas químicos, os produtos biológicos servem também como ferramentas para o manejo integrado de pragas. Em relação a aplicação, o especialista recomenda o uso de inseticidas específicos e de confiança, além das estratégias de manejo que levem em conta o sistema de produção e não somente a cultura da soja.

Sobre essa múltipla estratégia de combate às pragas, Clerison explica que apesar do uso do método de controle biológico ainda ser baixo, principalmente devido a indisponibilidade comercial – comparado ao controle químico que tem inúmeros produtos -, o crescimento do setor, que está em torno de 30% ao ano, vai disponibilizar insumos para o produtor que está em busca dessa ferramenta.

Fonte: Grupo Cultivar, 28/05/2021

Fonte da Imagem: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Flickr.

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