A resistência das plantas daninhas aos agroquímicos atuais tem tirado o sono e os lucros do produtor rural brasileiro. Na soja estima-se que as perdas superem os R$ 9 bilhões por ano, segundo a Embrapa. O lançamento de um novo herbicida, o dicamba, pode estar próximo, mas ainda gera dúvidas sobre sua segurança, principalmente em relação à culturas não resistentes.
No entanto, várias entidades de pesquisa e empresas estão testando em campo alguns gargalos que o produto poderia gerar e o resultado é animador.
Antes de mais nada, vale lembrar que a empresa Bayer já obteve autorização para comercializar uma soja resistente ao herbicida dicamba, a Intacta 2 Xtend, mas só irá lançar a tecnologia em 2021, pois entende que a nova tecnologia precisa vir aliada a um manejo inteligente e diferente do realizado atualmente.
“Entendemos que é importante trazer um treinamento para o uso dessas novas práticas, pois estamos propondo uma mudança de patamar. O nível de adoção do produtor dependerá da percepção dele do valor agregado que a tecnologia trará, tanto no resultado final, como para as práticas agrícolas em relação aos agroquímicos”, afirma Fábio Passos, gerente de lançamento da nova plataforma na Bayer.
Novo dicamba
Muitas histórias já surgiram sobre o uso do dicamba em outros países, como nos Estados Unidos. Entretanto, o herbicida que vem sendo testado no Brasil é uma nova formulação, diferente da já usada no país da década de 1970 e da dos EUA, lançada em 2018.
“A primeira formulação tinha 100% de volatilidade. A segunda geração, lançada em 2018, tem uma formulação mais segura em relação a volatilidade e o risco de queimar uma lavoura vizinha é muito menor. A nova formulação, conhecida como DGA, é ainda mais segura com apenas 0,55% de volatilidade”, explica Passos.
Pesquisadores testam produtos
Outra mudança realizada para o Brasil é em relação aos estudos para lançamento dos produtos: a soja Intacta 2 Xtend e o novo dicamba. Pela primeira vez uma empresa privada resolveu unir forças com diversos órgãos de pesquisa espalhados por todas as regiões do país, para testar as recomendações do produto em campo.
Fonte: Canal Rural, 16/11/2019