Como foi o Mercado de Defensivos Agrícolas em 2021

O ano de 2021 foi marcado por muitas variações no mercado de commodities a nível mundial. A continuidade das medidas de restrição logística e isolamento, resultado da pandemia da COVID-19, refletiram no faturamento de muitas empresas.  

Apesar disso, neste período a demanda por defensivos se manteve em alta, uma vez que o maior preço das commodities agrícolas elevou a capitalização dos produtores que investiram no campo e anteciparam as compras de defensivos.  

Em retrospectiva, o mercado de defensivos no primeiro trimestre de 2021, iniciou-se com a preocupação na produção da China e Índia. Os dois principais fatores foram: Crises logísticas, que começaram a se complicar com a retomada da demanda mundial, gerando baixa disponibilidade de contêineres e atrasos nas entregas. Também, houve um aumento do custo das matérias-primas para produção dos produtos técnicos e embalagens, contribuindo para o maior preço dos defensivos e menor disponibilidade. 

Já no segundo trimestre, a China colocou em prática o 14º plano quinzenal e, um dos grandes desafios se tornou o equilíbrio entre a produção de baixo custo, qualidade dos produtos, e as adequações dos fabricantes às regulamentações ambientais. O reflexo dessa mudança foi um maior custo de produção e o fechamento de diversas fábricas pelas inspeções ambientais. Como resultado, ocorreu menor oferta de ativos ao mercado internacional e impactou diretamente na disponibilidade de defensivos.  

No terceiro trimestre o acúmulo de contêineres nos portos americanos e chineses se agravou. Os navios não foram suficientes para garantir o escoamento – que quase dobrou em um ano – o que encareceu o custo do frete marítimo. Além do maior preço do frete, as filas nos portos geraram atrasos nas entregas dos produtos, aumentando o custo com as operações de carregamento e descarregamento. 

Neste mesmo período, a China registrou uma diminuição na produção do Fósforo-Amarelo, principal matéria-prima para produção de Glifosato. Ocasionando uma falta do produto e levando a uma disparada nos preços no mercado mundial.  

Fechando o ano, no quarto trimestre, o governo chinês sentiu os impactos mais graves do plano quinzenal, com a baixa produção do carvão mineral – principal matriz energética do país – as fábricas ficaram sem energia para operar. Está paralisação reduziu os estoques mundiais de defensivos e elevou os preços, somente no mês de novembro a produção apresentou sinais de aumento. 

O problema também se estendeu para a Europa, que relatou falta de energia devido escassez do gás natural, levando a um aumento nos preços das commodities e refletindo no preço final dos defensivos de produção nacional.  

Global Crop Protection, 02/12/2021

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