NOVAS TECNOLOGIAS
Uso da pulverização eletrostática na aplicação de defensivos
A pulverização eletrostática é uma tecnologia que se baseia em carregar eletricamente as gostas do defensivo, de forma que sejam atraídas pelas plantas. Quando essa nuvem de gotas com carga elétrica se aproxima de uma planta ocorre a atração entre essas e a planta. Isso age reduzindo volume de calda, custo de produção e danos ao ambiente, melhorando de forma geral o controle químico. Sistemas eletrostáticos estão disponíveis para aplicações terrestres e aéreas, sendo que as gotas podem receber a carga elétrica antes ou depois da formação.
Basicamente, as cargas elétricas podem ser positivas ou negativas. Assim, gotas de defensivos carregadas eletricamente, ao se aproximar da planta são atraídas. Esse fenômeno pode favorecer a cobertura da aplicação, inclusive em locais de difícil acesso, como a superfície inferior das folhas. Além disso, se mostra uma alternativa interessante para culturas como os cereais, em que a deposição de defensivos é dificultada pela arquitetura da planta. Alguns estudos confirmam que é possível reduzir mais de 50% do ingrediente ativo recomendado sem reduzir a eficácia em algumas aplicações. No caso de gotas pequenas, a indução elétrica pode controlar o movimento destas de modo a se deslocarem até contra a gravidade, com capacidade de se depositarem nas faces inferiores das folhas.
Uma das desvantagens da pulverização eletrostática é a distribuição não uniforme da pulverização, isso é, gotas com cargas elétricas acabam sendo atraídas pelas folhas e estruturas mais expostas. Isso faz com que a calda fique mais concentrada na parte superior da planta, podendo resultar em um controle ineficiente do problema. Tal ponto é evidenciado no controle da ferrugem asiática da soja, em que o controle químico eficiente deve atingir também o terço inferior da planta. Nesse caso, essa tecnologia pode ser combinada com a assistência de ar, melhorando a deposição da calda na parte inferior da planta.
Ainda existem diversas dúvidas sobre esta tecnologia, sendo necessários mais estudos e pesquisas com esse sistema. Sendo que fatores como umidade do ar, adjuvantes, densidade e condições ligadas à biologia da planta podem interferir muito com os resultados da pulverização eletrostática.
Fonte: Agrolink, publicado em 04/08/2023
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