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Cultivo de soja ameaçado por diversas doenças
A cultura de soja no Brasil tem que lidar com uma série de desafios, principalmente pelo acometimento de diversas doenças, que exigem atenção e um manejo correto para viabilizar uma alta produtividade e reduzir as perdas. Dentre essa variedade de doenças, um destaque é a ferrugem asiática que, desde sua entrada no Brasil na década de 2000, vem transformando o cultivo de soja no país.
Antes da incidência dessa doença, produtores tinham um gasto médio de defensivos de aproximadamente US$ 5 por hectare. Após a aparição da ferrugem asiática, o custo se elevou consideravelmente, atingindo uma média de US$ 25 a US$ 30 por hectare devido ao impacto negativo na produtividade da cultura.
De acordo com estudos, a ferrugem asiática tem o potencial de devastar até 80% de uma plantação de soja e tornou-se uma das principais responsáveis por quedas na produção do país. Além disso, o impacto financeiro negativo causado por essa doença chegou a ultrapassar R$ 10 bilhões em um único ano.
Diversas estratégicas foram implementadas para combater a doença no Brasil como: períodos de vazio sanitário e aplicações de defensivos de maneira preventiva. Por ser o maior produtor de soja do mundo em clima tropical, o controle preventivo torna-se uma prioridade em nosso país.
Além dessa ameaça, ao longo dos anos, novos desafios foram surgindo na cultura de soja, como por exemplo a mancha alvo e o mofo branco. Os fungos causadores têm gerado grandes perdas e exigem um controle eficiente.
Mais recentemente, surgiu um novo problema: o apodrecimento de grãos e vagens durante o enchimento da soja, conhecido como anomalia de vagens da soja. Essa doença tem afetado a região de Mato Grosso e estimativas tem mostrado que esse problema tenha causado prejuízos de cerca de R$ 1,5 bilhão ao setor produtivo nas últimas três safras.
Para lidar com essa nova ameaça, a identificação é muito importante, já que muitas vezes é imperceptível em sua fase inicial. Os sintomas avançam para o desenvolvimento de manchas de coloração castanha-amarelada, levando ao apodrecimento da vagem e à queda precoce dos grãos. O manejo dessa doença envolve a escolha de variedades menos suscetíveis e o uso de fungicidas para reduzir as perdas.
Algumas estratégias podem ser utilizadas para minimizar os dados causados por essas ameaças como o uso do sistema de plantio direto com culturas que ajudam a cobrir o solo com palha, respeitar o período de vazio sanitário, realizar o plantio mais cedo para evitar as épocas mais favoráveis às doenças, o uso de defensivos eficazes, o uso de variedades tolerantes e de ferramentas digitais para monitoramento e controle.
Fonte: Agrolink, publicado em 31/10/2023
Fonte da imagem: Freepik