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FAPESP aprova projeto de ácaros predadores do Instituto Biológico
FAPESP aprova projeto de ácaros predadores do Instituto Biológico
Foi aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), o projeto “Resistência de ácaros fitófagos (Tetranychus urticae) e predadores (Phytoseiulus macropilis) a acaricidas e estratégias de manejo de ácaros-praga com uso de ácaros predadores (Phytoseiidae) em ornamentais e citros”, no valor de R$ 127.994,40.
Mario Eidi Sato, pesquisador do Laboratório de Acarologia, do Centro Experimental Central, do Instituto Biológico (IB), é o responsável pelo projeto.Segundo o pesquisador, um dos fatores que dificultam a produção e a comercialização de diversas culturas agrícolas de importância econômica no Brasil é o ataque de ácaros-praga. E um dos sérios problemas enfrentados pelos agricultores tem sido a dificuldade para o controle de ácaros-praga por meio do uso de agroquímicos. O desequilíbrio biológico causado pela eliminação de inimigos naturais e o rápido desenvolvimento de resistência dessas pragas aos acaricidas estão entre as principais razões para essa dificuldade de controle.
O objetivo principal do projeto é gerar informações visando ao estabelecimento de programas de manejo de ácaros-praga em diversas culturas, incluindo ornamentais e citros, com ênfase no uso de ácaros predadores da família Phytoseiidae. Os ácaros predadores dessa família são considerados os principais inimigos naturais de ácaros-praga de importância agrícola.
O projeto apresenta grande importância social e econômica, pois pode beneficiar um número elevado de agricultores, pela possibilidade da redução do uso de agroquímicos, menor risco de intoxicação dos trabalhadores no campo, redução da mão de obra para a aplicação dos defensivos agrícolas e, consequentemente, redução do custo de produção, segundo Sato.
O projeto conta com a colaboração de pesquisadores e técnicos de várias instituições brasileiras (IB, UNICAMP, IAC, APTA (Monte Alegre do Sul), AFLORD, Fundação Mokiti Okada, IRAC-BR) e do Exterior (USDA – EUA, INRA – França, Queensland Museum – Austrália e Universidade de Nagoya -Japão).
De acordo com o pesquisador, existem outros projetos sobre manejo de ácaros-praga em andamento no país, porém, sem os mesmos objetivos do referido projeto desenvolvido no Instituto Biológico. Será conduzido, por exemplo, um estudo sobre análise de transcriptoma de ácaros predadores (P. macropilis) resistentes a inseticidas piretroides, o que é inédito no mundo. Estudos sobre o efeito da liberação de ácaros predadores (ex.: N. californicus) para o controle biológico de ácaros-praga em citros são novos no Brasil. Estudos para a definição de estratégias de manejo de ácaros-praga em cultivos de orquídeas e gérberas também são inéditos no Brasil.
Com a condução desse projeto, espera-se obter um grande volume de informações sobre resistência de ácaros fitófagos (Tetranychus urticae) e predadores a acaricidas, relevantes para a definição de estratégias de manejo de pragas em diversas culturas, como morango, mamão, algodão, feijão, pêssego, uva, pimentão, tomate, rosa, crisântemo, gérbera e orquídeas no Brasil. Além disso, espera-se a definição de algumas estratégias a serem utilizadas para o manejo de ácaros-praga em culturas como gérbera, orquídeas e citros, envolvendo o uso de ácaros predadores, produtos naturais (ex.: extratos vegetais) e entomopatógenos, visando à redução do uso de agroquímicos nessas culturas. A condução do projeto, apoiado pela FAPESP, também possibilita o treinamento de vários alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado, no Instituto Biológico.
Instituto Biológico, 05/07/2016