Importações de Glifosato e de matérias-primas – Parte I

O glifosato é o agroquímico mais utilizado no mundo e também no Brasil. Banido na França, está em processo de phase out de 3 anos. No Brasil o glifosato está SENDO Reavaliado pela ANVISA, agência responsável pela saúde, o que não impede a comercialização e aprovação de novos registros à base de glifosato.

No Brasil são 112 marcas comerciais registradas, sendo sua maioria stand alone, e poucas marcas de misturas com 2,4-D, principalmente, e também com metolaclor.

O tipo de formulação mais registrada é a SL. Nos últimos anos a formulação WG têm aumentado significativamente a participação do mercado. Um dos motivos para esta mudança é o descarte de embalagem, obrigatório pela legislação brasileira. Considerando que as formulações WG e SG são sólidas e mais concentradas o custo do descarte é muito mais baixo quando comparado com as embalagens de plástico da formulação líquida. Outro motivo é o custo do transporte. De acordo como o IMPORT REPORT realizado pela AllierBrasil, consta-se o crescimento das importações das formulações sólidas e a queda acentuada das importações dos produtos líquidos.

IMPORTAÇÕES DE GLIFOSATO (2016-2018)

Fonte Tabela: IMPORT REPORT by AllierBrasil

Baseado nos dados de importações de MIPA e PIA, que são matérias primas utilizadas na síntese do glifosato técnico, de acordo com a respectiva rota de síntese, a produção de glifosato é muito mais significativa do que os produtos importados.

Em relação aos preços dos produtos importados, houve um aumento significativo no período entre 2016 a 2018.

Da formulação SL destaca-se a marca GRASSATO da CHDS do Brasil, que foi a principal importadora em 2018, enquanto a formulação WG destacam-se as marcas das empresas Albaugh, Nufarm e Rainbow, Em relação ao produto técnico, os maiores importadores são Syngenta, Monsanto e Nufarm.

Os principais exportadores de glifosato, seja de produto formulado ou de produto técnico, são os fabricantes chineses. Somente um fabricante dos Estados Unidos se destaca na exportação de produto técnico, correspondendo a aproximadamente a um terço do total. Por outro lado, em se tratando de matérias primas para síntese do glifosato técnico, os Estados Unidos é o principal exportador.

Os dados completos das importações de glifosato e de outros pesticidas serão apresentadas no 14^th Forum AllierBrasil – São Paulo, a ser realizado no dia 21 de fevereiro, em São Paulo.

Em dezembro de 2018, o Ministério da Agriculta suspendeu vários registros de glifosato (produtos técnicos e formulados) que tinham como fonte o fabricante Jiangsu Yinyan Specialty Chemicals Co. Ltd., localizado em Zhoutie Town, Yixing, Jiangsu, China. Isto foi motivado, de acordo com as autoridades brasileiras, pelo fato da empresa ter desativado a produção do produto.

O fechamento de fábricas de agroquímicos, principalmente na China, tem sido uma preocupação cada vez maior para os importadores brasileiros, pois impacta diretamente nos registros dos produtos, haja vista que os registros são aprovados por fabricante. Havendo alteração de fabricante, o registro deve ser atualizado. Enquanto o registro não for atualizado, de acordo com a legislação, o produto não pode ser importado/comercializado. Daqui para frente é de se esperar, por parte dos órgãos ligados a registro de produtos, maior fiscalização em relação a procedência e origem dos produtos importados.

Por este motivo é fundamental que seja realizada uma meticulosa seleção dos fabricantes para o registro de produtos. Com este objetivo a AllierBrasil está organizando em maio o 3° AgriTour – China. Estão programadas visitas a fabricas qualificadas de agroquímicos, inclusive de glifosato, que têm interesse no em parcerias com empresas da América Latina.

Flavio Hirata, MBA – AllierBrasil Consulting