Chuvas no Sul podem influenciar na presença da ferrugem-asiática na soja

Os maiores índices pluviométricos na região Sul do Brasil, principalmente devido aos efeitos do El Niño segue representando riscos para diversas culturas como a soja, pelo favorecimento de doenças. Um exemplo, é a ferrugem asiática, que é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi.

Segundo a pesquisadora Claudia Godoy, da Embrapa Soja, na safra atual, 2023/24, já houve relatos de plantas de soja voluntárias e perenes (soja não comercial) apresentando sintomas da doença, reforçando que os produtores devem ficar alertas na região Sul.

De acordo com ela, o excesso de chuva na região neste início de safra pode ainda levar também à problemas de tombamento e morte de plantas recém-germinadas, especialmente em locais no qual o solo apresenta baixa drenagem. De outro lado, a região Centro-Oeste vem vivenciando uma grande seca, o que pode impactar a germinação e o desenvolvimento inicial da planta.

Com relação ao fungo causador da ferrugem-asiática, os esporos deste se disseminam com facilidade através do vento, de modo que, uma vez identificada sua presença na região, deve se iniciar um controle preventivo ou tratamento logo no início dos sintomas, sendo que o monitoramento e essa rápida ação csão fundamentais, alerta a pesquisadora.

Ademais, Claúdia ainda avalia que, em semeaduras mais tardias, a doença poderá ser mais severa pelo aumento da presença dos esporos do fungo no ar. Ela ainda chama a atenção pela dificuldade cada vez maior de controlar efetivamente a praga, de modo que o fungo está cada vez menos sensível aos fungicidas disponíveis.

A ferrugem-asiática é considera a doença mais severa que afeta a cultura de soja, podendo causar perdas que chegam a 90% da produtividade caso não seja devidamente controlada, evidenciando o impacto desta praga e a atenção que o produtor deve ter.

Fonte: Revista Cultivar, publicado em 01/11/2023

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