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Banimento de defensivos coloca em risco cultivo da maçã

Banimento de defensivos coloca em risco cultivo da maçã


Alerta feito pela Embrapa leva em conta possibilidade de restrições aos defensivos na Europa e nos Estados Unidos.

O cultivo da maçã no País pode entrar em um cenário de risco devido ao iminente banimento do mercado dos principais tipos de defensivos agrícolas utilizados no combate a pragas e doenças que atacam esta cultura. O alerta foi feito por Adalécio Kovaleski, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Segundo Kovaleski, os defensivos dedicados à proteção do cultivo da maçã são produtos antigos, que em um prazo máximo entre cinco a oito anos, devem ser banidos na Europa e Estados Unidos – que cada vez mais se atém ao limite de resíduos químicos nos alimentos -, em um processo de proibição que chegará ao Brasil. Desta forma, de acordo com o pesquisador, não só a maçã, bem como também outras frutas, como, por exemplo, pêssego, ameixa e uva podem ficar sem defensivos adequados à proteção de suas respectivas lavouras.

Kovaleski disse que, por hora, não existem moléculas de defensivos que possam substituir os produtos que deverão sair do mercado. O pesquisador ressaltou que o setor privado endereça mais esforços e investimentos para Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) de produtos direcionados para proteção do cultivo de grandes commodities, o que na prática põe de lado o segmento das frutas, por exemplo.

Cálculos apresentados por Kovaleski mostram que a “Mosca-das-frutas”, principal praga que ataca o cultivo da maçã no País, gerou um prejuízo de US$ 10 milhões aos produtores rurais nos últimos anos. Também presente ao evento, Sekhar Boddupalli, presidente da Intrexon, especializada em biotecnologia, salientou que entre 10 a 15% da produção agrícola mundial se perde devido à incidência de pragas e doenças.

Alternativas

O pesquisador da Embrapa informou que a instituição vem trabalhando na busca de alternativas para proteção do cultivo da maçã contra a infestação da “Mosca-das-frutas”. Segundo Kovaleski, estão sendo desenvolvidos estudos nas áreas de controle biológico, feromônios, iscas tóxicas e insetos estéreis, este último em modelo similar ao exemplo do mosquito transgênico que vem reduzindo a população de larvas do “Aedes Aegypti”.

InfoMoney, 31/10/2016

 

 

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