USO E APLICAÇÃO

Agricultores relatam aumento da incidência da lagarta Spodoptera frugiperda


A lagarta Spodoptera frugiperda está presente em todo o Brasil. Isso porque, a espécie tem vários hospedeiros alternativos e isso facilita sua manutenção durante todo o ano e em diversas culturas. Ao longo do tempo, foi possível notar o aumento da incidência dessa praga, principalmente nas lavouras de soja e algodão.

A espécie ataca preferencialmente o cartucho, mas também podem ser encontradas atacando plântulas, com hábito semelhante ao da lagarta rosca, espigas e, também, perfurando a base da planta, atingindo o ponto de crescimento e provocando o sintoma de “coração morto”, típico da elasmo. O controle é feito através do tratamento de sementes, para controle nas fases iniciais da cultura, e aplicação de inseticidas sistêmicos, que controlam bem a praga quando as condições de suprimento de água são satisfatórias. Em condições de déficit hídrico, os tratamentos anteriores devem ser suplementados com pulverizações direcionadas para a região do cartucho. Recomenda-se o uso de produtos registrados para as culturas.

Segundo Lucia, pesquisadora de entomologia da Fundação MT, “O cenário tem se agravado ao longa das safras, principalmente porque na soja as proteínas Bt não têm efeito de controle para Spodoptera frugiperda e também para as cultivares de algodão WS e Bt2 se observa escape, onde são necessárias pulverizações, principalmente a partir do período reprodutivo”. Devido a esse comportamento, ocorrem danos diretos às plantas de soja e, como consequência, a diminuição de rendimento pela perda de vagens nos estádios R3 a R5. Além disso, tem se observado que os mais intensos surtos da praga nessa cultura, geralmente, estão associados aos períodos ou anos mais secos e/ou cultivos em épocas de menor precipitação.

Já para o algodoeiro, a pesquisadora de entomologia ressalta que os danos em flores e maçãs também impactam na produção, provocados pelas perdas de estruturas. Nesse caso, as lagartas atacam as plantas a partir do estádio de floração e, normalmente, têm o hábito de ficarem no interior das flores e maçãs. Outro dado importante é que o sistema soja-milho pode trazer mais problemas com a manutenção dessa população de lagarta. Conforme a pesquisadora, isso ocorre porque o milho é o principal hospedeiro dessa espécie. Essa cultura está à mercê da praga em todas as fases de desenvolvimento devido a destruição do cartucho, com a redução de área fotossintética e podem atacar também as espigas, gerando comprometimento da produtividade.

Uma ótima ferramenta para manejo dessa espécie é a manipulação da população de insetos, através do comportamento. Uma das pesquisas desenvolvidas é com feromônio sexual, com objetivo de ocasionar confusão sexual, o confundimento de machos, que é possível com a aplicação de uma quantidade maior de feromônio sintético na área. “Isso impedirá os machos de localizarem a fêmea, reduzindo o acasalamento e, consequentemente, uma nova geração”, pontua Lucia.

 

Fonte: AgroLink, 05/12/2022

Fonte da Imagem: Pixabay

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