USO E APLICAÇÃO

Percevejos reduzem a produtividade da soja em até 30% no Brasil


As perdas de produtividade decorrentes dos percevejos no Brasil variam entre 20% a 30%, segundo Geraldo Papa, professor e pesquisador da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Campus de Ilha Solteira (SP). Além dos danos no campo, essa praga, presente na soja e também no milho, também corrói a renda dos produtores rurais no momento da comercialização da safra.

“Ao atingir a soja, sem controle adequado, a cultura pode até ter boa produtividade, mas o grão ficará danificado. A primeira coisa na hora da venda, ao retirar uma amostra de classificação para definição do valor a ser pago ao agricultor, esse grão com sintoma terá um desconto. E quanto maior o dano causado pelo percevejo, menor será o valor a ser recebido”, explica Papa.

O professor relata que o percevejo marrom é uma das principais pragas da soja no Brasil, já que a transgenia, no geral, tem controlado as lagartas relacionadas à oleaginosa. O percevejo atinge a cultura na fase reprodutiva, quando começam a ser formados os primeiros casais que vão se reproduzir.

“Essa é uma praga sugadora, que vai causar um dano direto provocando o “chochamento” dos grãos da soja, e que injeta uma toxina que também vai prejudicar o desenvolvimento da planta e impactar na produtividade. No Brasil, em média, são necessárias três aplicações de inseticidas por safra para controle da praga, mas elas nem sempre são fáceis de serem implementadas”, explica Papa.

Na produção de sementes de soja no Brasil, o controle de percevejos é ainda mais importante, pois os danos reduzem bastante a germinação, o que reforça o manejo via aplicação de inseticidas. O momento correto do manejo, porém, também é importante para que se tenha bons resultados durante a safra.

Papa explica que é na fase reprodutiva o principal estágio de controle, a chamada “quebra da 1ª geração” da praga. Segundo ele, muitos agricultores brasileiros têm perdido esse ‘timing’ de manejo, deixando para iniciar aplicações apenas quando eles colonizaram a região, o que tende a aumentar o número de pulverizações até um controle efetivo.

O pesquisador explica que também há muitas dúvidas sobre a aplicação química durante o período vegetativo na cultura, antes do principal momento de ataque. “A dica é a seguinte. Se houver registro de infestação abaixo da média de meio percevejo por metro quadrado e os mesmos ainda não estiverem acasalando, não precisa controlar, porque significa que eles vieram da entressafra e ainda vão se reproduzir”, diz Papa.

 

Fonte: Notícias Agricolas, 13/10/2022

Fonte da Imagem: Pixabay

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