ENTREVISTA

Diretora da CHDS fala sobre o mercado de defensivos genéricos no Brasil


Leila Zorzetto, Sócia-Diretora da CHDS do Brasil

Leila Zorzetto é sócia-diretora da CHDS do Brasil, com 23 anos de atuação no mercado de Agronegócio. Formada em comércio exterior, está à frente da administração das empresas CHD´S do Brasil, Macrobio e Disam.

 

 

 

 

1. A CHDS atua no mercado de defensivos pós-patentes para a proteção de diversas culturas, principalmente herbicidas e inseticidas. Apesar disso, sabe-se também que os fungos causam muitos prejuízos para a produtividade agrícola do país, à exemplo da Ferrugem Asiática na soja. A CHDS prevê a entrada neste setor dos agroquímicos?

Sim. A CHD’S entendeu as carências e necessidades que mercado demanda e desenvolveu novos produtos os quais os produtores terão acesso nos próximos anos. Nossos fungicidas trarão inovação ao mercado, melhorando a eficiência e trazendo melhores resultados ao produtor.

2. Nos últimos 12 meses, o setor logístico enfrentou diversos entraves, entre eles o fechamento de portos, acúmulo de cargas e falta de navios no mercado internacional, e tudo isto têm impactado no maior custo logístico para os fornecedores no Brasil. Isto gerou impactou nas CHDS? De que maneira a empresa têm se preparado para passar por este desafio?

Tivemos que nos reposicionar diante desta situação, antecipando o embarque do produto, pois os bookings estavam mudando constantemente, atrasando em até 30 dias. Isso nos gerou bastante desgastes, pois num momento como este não é fácil acelerar a produção de produtos, modificando o planejamento das fábricas. Concentramos o máximo de esforços para minimizar o impacto em nossos clientes. Além disso, o custo do frete marítimo aumentou em até 10 vezes se compararmos ao ano de 2020, o que causou um impacto financeiro importante no custo das mercadorias.

3. As questões logísticas, elevada demanda internacional e maior custo de produção na China, impactaram no maior preço do Glifosato e menor disponibilidade no Brasil. Como isto têm impactado na CHDS? Qual é a visão da empresa para 2021/22 para o fornecimento e preço da molécula?

O preço do glifosato foi diretamente afetado com o aumento do frete, aumento da matéria prima, forte demanda, um conjunto de fatores que contribuíram para um expressivo aumento de preços. Diante deste cenário, optamos em mudar a estratégia de nossos negócios. Começamos a realizar vendas somente após a confirmação dos embarques para evitar cancelamentos e desgastes entre o time comercial e nossos clientes. Neste sentido, seguiremos nessa estratégia durante o ano de 2021 e 2022, em outras palavras, o produto só será vendido após ser produzido e embarcado.

4. Atualmente, o Brasil está em ritmo acelerado de crescimento no mercado de defensivos biológicos, segmento que está se mostrando uma tendência a nível global. Qual é a perspectiva de crescimento da CHDS neste mercado?

Somos um grupo de 9 empresas no Brasil e no Paraguai. No segmento de biológicos, a Macrobio é a empresa responsável pelo desenvolvimento e produção de produtos biológicos para atender o mercado brasileiro. A terceira fase dos investimentos da Macrobio que é a produção de biológicos já foi iniciada na cidade de Santa Helena no Paraná. Novos produtos biológicos com a nossa marca estarão disponíveis ao produtor em 2022, pois acreditamos que os produtos biológicos são essenciais no manejo de pragas e doenças.

5. Devido ao clima seco que persiste no Brasil e as fortes geadas que ocorreram em diversas regiões do país, muitos produtores sofreram perdas no campo reduzindo a produtividade e produção nas culturas, a exemplo a quebra na safra da cana-de-açúcar e o congelamento do milho na região sul. Baseado neste fator adverso, a CHDS vê uma queda na demanda por defensivos no Brasil?

Entendemos que as quebras de produtividade não afetarão a demanda de insumos, pois o preço de algumas commodities continuam a estimular o produtor a investir ainda mais.

Fonte: Equipe Global Crop Protection, 03/08/2021

Fonte da Imagem: Imagem de PublicDomainPictures por Pixabay.

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