Os biológicos podem preencher a lacuna dos herbicidas?

A gestão de ervas daninhas é um ponto crucial dos sistemas globais de produção agrícola. No entanto, a eficácia dos herbicidas químicos convencionais tem sido limitada devido ao desenvolvimento de mecanismos de resistência em ervas daninhas.

Desde 1980, apenas um modo de ação herbicida foi registrado e mesmo com novas opções, é provável que ocorram os mesmos problemas de resistência. Para combater tal problema, as empresas químicas estão diversificando os seus portfólios para oferecer produtos biorracionais. Uma tecnologia que apresenta um forte potencial de crescimento.

De acordo com a Associação Internacional de Fabricantes de Biocontrole (IBMA), há 129 novos produtos de controle biológico estão planejados para serem apresentados na União Europeia até 2028. No entanto, os bioherbicidas ainda apresentam uma pequena quota de mercado em comparação com os bioinseticidas e biofungicidas.

Apesar da participação limitada mais de 250 substâncias bioherbicidas foram investigadas, com mais de 45 patentes depositadas e produtos registrados. A simplificação do registo das tecnologias biológicas também está em curso. Na Europa, Brasil, Estados Unidos e Canadá, tem se criado rotas e facilidades para tais produtos.

Embora a maioria dos bioherbicidas originais fossem organismos fúngicos, o desenvolvimento de biorracionais permite especificidade no combate a ervas daninhas problemáticas ou controle de amplo espectro. Tanto a estabilidade no armazenamento, o aumento na capacidade produtividade microrganismos e formulações que permitem a liberação prolongada possibilitam o aumento da eficácia e redução no número de aplicações necessárias para o manejo de ervas daninhas.

Além disso, os avanços na agricultura de precisão, na genómica, nas tecnologias digitais e na inteligência artificial tiveram um impacto significativo no setor biorracional. Por exemplo, a tecnologia de pulverização permitindo a entrega precisa de produtos.

A oportunidade de mercado para os herbicidas biológicos é evidente e a agricultura sustentável requer opções de biorracionais. De maneira geral, com a diversificação dos portfólios das empresas químicas e a simplificação dos processos de registro, espera-se que esse mercado cresça e contribua para o manejo eficaz de ervas daninhas nos sistemas globais de produção de alimentos.

Fonte: AgriBusiness Global, publicado em 06/10/2023

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