MERCADO

Fungicidas ficam em falta na Argentina devido a restrições de importação


A escassez de dólares nos cofres do Banco Central da República Argentina (BCRA) preocupa o setor agrícola do país, que já sofre com a escassez de produtos para o controle de doenças e pragas.

Segundo a Câmara de Sanidade Agropecuária e Fertilizantes (Casafe), entidade que agrupa empresas do setor agroquímico, há falta em algumas marcas, por exemplo, em fungicidas usados ​​no tratamento de trigo e cevada.

Gustavo Capretto, presidente da Federação dos Distribuidores de Insumos Agropecuários (Fedia), que reúne cerca de 300 operadoras em todo o país, explicou que o que mais falta nos laboratórios são produtos de última geração:

″Já existe uma preocupação entre distribuidores e produtores que não conseguem encontrar os insumos que usavam anteriormente e só conseguem os genéricos, porque a última geração de produtos não está lá. Portanto, se a situação não se inverter, vão acabar por utilizar os que existem, portanto, genéricos″, sublinhou.

Entre os produtos ausentes, Capretto citou as carboxamidas, que pertencem ao grupo de fungicidas inibidores da respiração que controlam patógenos, como a ferrugem. Segundo a Associação Argentina de Produtores de Semeadura Direta (Aapresid), este grupo de agroquímicos tem crescido em demanda nos últimos anos devido à sua persistência ou residualidade.

Outro produto específico que está em falta atualmente é um herbicida do grupo PPO, ativo saflufenacil, que é usado para pousio e principalmente antes da semeadura da soja.

Ele também destacou a falta de milho pós-emergente, como graminicidas, e herbicidas genéricos, como atrazina para milho e metolacloro usado para milho e soja.

Ainda acrescentou que ″o problema é que os produtos que não são necessários agora estão entrando, e os que são necessários no momento, como fertilizantes e glifosato, estão sendo deixados na Alfândega. As perspectivas são complexas, pois serão necessários fungicidas e, com o aumento das temperaturas, a situação ficará cada vez mais complicada″, concluiu a entidade argentina.

 

 

Fonte: AgroPages – Leonardo Gottems, 01/11/2022

Fonte da Imagem: Pixabay

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